Mais de 2,8 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão fora da escola
25 de Setembro de 2019
Durante reunião da Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados, nesta quarta (25), a representante da UNICEF, Liliana Chopitea, apresentou o estudo “Bem-estar e Privações Múltiplas na Infância e na Adolescência no Brasil”. O requerimento para apresentação do estudo foi feito pela deputada federal Leandre Dal Ponte (PV-PR). O texto traz orientações para reduzir as privações — monetárias e não monetárias — que atingem crianças e adolescentes no Brasil e contém um dado alarmante: mais de 2,8 milhões de crianças e adolescentes brasileiros estão fora da escola.
De acordo com o estudo, a pobreza infantil tem múltiplas dimensões, além da material e da monetária. E ela é resultado da inter-relação de privações, exclusão e vulnerabilidade, que afetam a infância e a adolescência. E para ter a compreensão completa do que significa ser pobre não é suficiente concentrar-se na renda, ou apenas na pobreza monetária. É necessário analisar outros fatores, as privações não monetárias, que impedem o bem-estar das crianças e adolescentes.
Conforme o documento, metade das crianças e adolescentes do Brasil (49,7% exatos) sofre ao menos uma das seis privações não monetárias analisadas: educação, informação, proteção contra o trabalho infantil, água, saneamento e moradia. Observou-se também que 6,5% (mais de 2,8 milhões) da população de crianças e adolescentes está fora da escola. Cerca de dez milhões de crianças e adolescentes não têm internet em seus domicílios. E 500 mil crianças ou adolescentes não tem sequer meio de comunicação em casa — nem rádio, nem televisão, nem internet. As informações do estudo foram retiradas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), aplicada em 2015.
Para Liliane da UNICEF, o Brasil evoluiu bastante durante a década de 2005 a 2015 na redução de pobreza infantil, no entanto os desafios são ainda grandes. “E é importante mostrar os dados para que a gente, juntos, possa encontrar a solução”, disse.
A deputada Leandre afirma que os dados são preocupantes e uma grande responsabilidade. Como presidente da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância, a deputada paranaense disse que se queremos mudar a história, é necessário mudar o começo da história.
“Esses dados trazem um retrato dos desafios que temos pela frente pelos próximos anos. E ninguém pode contestar o que é feito na evidência, na ciência, e nesses dados de qualidade que a UNICEF nos traz hoje”, pontuou.
“Nós estamos trabalhando para garantir orçamento para que essas políticas possam ser desenvolvidas aqui no Brasil. Também assinamos o Pacto Nacional pela Primeira Infância, em junho deste ano. Tenho certeza que estas ações impactam nos próximos resultados dos estudos que a UNICEF vai apresentar daqui para frente”, reforçou.
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